Para começar, a vinculação é como um laço que conecta duas pessoas, ou uma pessoa e um objeto, ou até mesmo animais. No entanto, este laço emocional pode não ser recíproco.
Muitas vezes a vinculação é retratada como certos comportamentos que as crianças têm como quando procuram conforto com as mães, especialmente, quando estão mais tristes ou são ameaçadas ou têm alguma necessidade que não conseguem satisfazer sozinhas. Já nos adultos, este laço é demonstrado quando mostram sensibilidade e vontade em satisfazer as necessidades que as crianças têm e pedem ajuda para as satisfazer.
Sendo assim, a teoria da vinculação dá-nos uma explicação para a relação pais-filhos e como isso pode afetar o desenvolvimento das crianças.
Esta teoria foi criada por John Bowlby, trabalhou como psiquiatra no Child Guidance Clinic, em Londres onde tratou de várias crianças com distúrbios emocionais.
A experiência no trabalho levou-o a concluir que é muito importante, para uma criança, a relação que esta tem com a mãe, quer seja a nível social, emocional ou cognitivo. Principalmente quando as crianças são separadas das mães, esta separação pode levar a elevados níveis de stress e ansiedade, e nem mesmo com outras pessoas a alimentá-la e a cuidar dela esse níveis voltam ao normal, como se pensava na altura, pois dizia-se que uma criança ganha afeto pela sua mãe apenas porque esta o alimenta, como tinham proposto Dollard e Miller.
Mas, esses problemas também podem ser observados em animais, este tipo de sintomas também existem entre os animais bebés, também estes ficam stressados e sofrem com a separação de suas mães?
- Harry Harlow e os macacos rhesus
Um psicólogo norte americano, Harlow, fez experiências com macacos rhesus para estudar os mecanismos por trás da ligação entre os recém nascidos e as suas mães.
Ao início pensava-se que essa vinculação se dava devido à necessidade que o recém-nascido tinha para se alimentar e que o lado criado se dava devido ao facto de a mãe o alimentar, mas a experiência de Harlow veio provar o contrário quando se verificou que na verdade era o contacto físico que ajuda na formação desse vínculo, contacto físico esse que oferecia conforto emocional para os macacos bebés.
Para provar isso, Harlow fez algumas experiências com os macacos rhesus.
Numa primeira os macacos recém nascidos foram criados isoladamente, sem contacto com nenhum da mesma espécie, em isolamentos agarravam-se a si próprios e balançavam-se compulsivamente, e após algum tempo de isolamento foram colocados de novo com macacos da mesma espécie. No início mostravam-se tímidos em relação aos outros e depois mais agressivos com eles, eram incapazes de comunicar e socializar, mutilavam-se a si próprios, os outros rejeitavam-nos, etc. Estes sintomas eram mais fortes dependendo de quanto tempo durou o isolamento. Concluiu então que os resultados de isolamento dos macacos recém nascidos provocavam danos mentais permanentes .
Noutra experiência oito macacos rhesus foram separados das mães à nascença e colocados com dois macaco robotizado, um feito de arame mas com muito leite e envolto numa toalha de pano mas sem leite. Os macacos passavam mais tempo com o robô envolto na toalha de pano mesmo tendo menos leite, apenas se chegavam ao macaco de arame quando tinham muita fome e logo depois voltavam para o macaco envolto na toalha, já que estava eram melhor para diminuir o medo dos macacos pequenos.
No entanto, esta experiência também teve algumas consequências quando foram colocados em contacto com os da mesma espécie, era mais tímidos, não sabiam socializar, eram facilmente maltratados e não faziam nada contra, tinham dificuldades para acasalar e as mães não eram boas progenitoras.
Esta experiência ajudou a provar a teoria de Harlow que também se podia aplicar a teoria da vinculação aos animais pois, nos macacos rhesus, estes também preferiam a mãe mais confortável mesmo que esta não os pudesse alimentar, ao contrário do que dizia a teoria de Dollard e Miller. Harlow concluiu então que tal como os humanos, os macacos também precisavam de contacto com as suas progenitoras para um bom desenvolvimento emocional e social.
- Konrad Lorenz e os seus "filhos"
Bruno Oliveira
12º C
Nº 7
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