quinta-feira, 30 de março de 2017

Liberdade, existe mesmo?

   Liberdade de expressão é o direito de qualquer indivíduo manifestar, livremente, opiniões, ideias e pensamentos pessoais sem medo de retaliação ou censura por parte do governo ou de outros membros da sociedade. É um conceito fundamental nas democracias modernas nas quais a censura não tem rescaldo moral.
   A liberdade de expressão é um direito humano, protegido pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, e pelas constituições de vários países democráticos.
   A maioria dos ideais políticos modernos como justiça, liberdade e o governo constitucional, surgiram na Grécia antiga. Foram os gregos os pioneiros a lançar as sementes da ideia democrática, que, conservadas pelos filósofos da idade média, frutificaram na modernidade.
   Com efeito, apenas integrantes de um demos (município), dirigido por um demarca participavam da política. Daí a expressão democracia, que significa governo de demos. Outro ponto a ser considerado que o grande número de escravos existentes em Atenas permitia que o tempo do cidadão fosse dedicado à política.
   Aristóteles costumava afirmar que todo e qualquer trabalho manual devia ser executado por escravos, de forma que os cidadãos pudessem dispor de seu tempo para as atividades políticas.
   Os escravos gregos realizavam serviços manuais e eram tratados de forma benigna, podendo alcançar sua libertação em face de bons serviços prestados aos seus proprietários. O próprio Estado podia ter escravos, os quais exerciam funções menos significativas.
   Convém esclarecer que a noção de Estado tida hoje não existia na Grécia Antiga, nem sequer existia a noção da diferença entre Estado e Sociedade, até porque a sociedade era o próprio Estado.
   Ainda, a democracia ateniense era a democracia direta. Os cidadãos reuniam-se em Assembleia, na Ágora (praça pública), para deliberar sobre os assuntos mais diversos. Na Ágora, todos podiam expressar seus pensamentos (liberdade de expressão). O direito à voz era de todos os cidadãos. Os cidadãos, aqueles que podiam participar da vida política da Polis restringiam-se a um pequeno grupo de pessoas, mais precisamente, aos homens livres. Mulheres, escravos, prisioneiros e estrangeiros não podiam participar da vida política.
   Por um outro lado, a existência da escravidão em Atenas era o que permitia ao homem livre ocupar-se somente da vida política. Isso implica dizer que a democracia grega existia graças à escravidão.
   O homem grego com uma forte consciência política, via no Estado sua razão de existir, por isso sentia necessidade de integrar-se na vida política.

E agora? Acham que a liberdade foi conseguida na sua totalidade, nos dias de hoje? Eu acho que não. Na minha opinião, tudo aquilo que mudou foi o facto de passar-se a exercer mais os nossos direitos que no fundo é aquilo que todos achamos e que querem que achemos, porque no final de contas, continuamos a viver na maior das prisões que se chama SOCIEDADE. Enquanto o preconceito existir, as diferencias permanecerem, a LIBERDADE TOTAL nunca haverá, e se querem que seja sincera, não vejo maneira de isso acontecer.


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    "Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras".



                                                                                                    Bruna Fernandes nº5

Assimilação e Acomodação



Jean Piaget, para explicar o desenvolvimento intelectual, partiu da ideia que os atos comportamentais são atos de adaptação ao meio físico e organizações do meio ambiente, sempre procurando manter um equilíbrio. Assim, Piaget entende que o desenvolvimento intelectual age do mesmo modo que o desenvolvimento comportamental.  

Do ponto de vista biológico, organização é inseparável da adaptação: Eles são dois processos complementares de um único mecanismo, sendo que o primeiro é o aspecto interno do ciclo do qual a adaptação constitui o aspecto externo.      -Piaget 

Ainda segundo Piaget, a adaptação é a essência do funcionamento intelectual, assim como a essência do funcionamento biológico. É uma das características básicas inerentes a todas as espécies. A outra característica é a organização, a habilidade de integrar as estruturas físicas e psicológicas. A adaptação acontece através da organização sob duas operações, a assimilação e a acomodação.

A assimilação é um processo cognitivo pelo qual uma pessoa integra uma nova informação às estruturas cognitivas prévias. Ou seja, quando a criança tem novas experiências (vendo coisas novas, ou ouvindo coisas novas) ela tenta adaptar esses novos conceitos aos conceitos que já possuí.

... uma integração à estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova situação. -Piaget

Isto significa que a criança tenta continuamente adaptar os novos estímulos aos esquemas que ela possui até aquele momento. Por exemplo, imaginemos que uma criança está a aprender a reconhecer animais, e até o momento, o único animal que ela conhece e tem organizado esquematicamente é o cão. Assim, podemos dizer que a criança possuí, em sua estrutura cognitiva, o esquema de cão.

Então, quando apresentada, um outro animal que possua alguma semelhança, como um cavalo, ela vai achar se trata de um cão. (castanho, quadrúpede, um rabo, pescoço, nariz molhado, etc.).


Ocorre, neste caso, um processo de assimilação, ou seja a similaridade entre o cavalo e o cachorro (apesar da diferença de tamanho) faz com que um cavalo passe por um cão em função das proximidades dos estímulos e da pouca quantidade de esquemas acumulados pela criança até o momento. A diferença do cavalo para o cachorro deverá ocorrer por um processo chamado de acomodação.

Quando corrigida, definindo que se trata de um cavalo, e não mais de um cão, a criança acomodará aquele estímulo a um novo esquema cognitivo. Esta criança tem agora, um esquema para o conceito de cão e outro para o conceito de cavalo.

Chamaremos acomodação (por analogia com os "acomodatos" biológicos) toda modificação dos esquemas de assimilação sob a influência de situações exteriores (meio) ao quais se aplicam. -Piaget

Assim, a acomodação acontece quando a criança não consegue assimilar um novo estímulo, ou seja, não existe uma estrutura cognitiva que assimile a nova informação em função das particularidades desse novo estímulo. Diante deste impasse, restam apenas duas saídas: criar um novo esquema ou modificar um esquema existente.

Piaget, quando expõe as ideias da assimilação e da acomodação, no entanto, deixa claro que da mesma forma como não há assimilação sem acomodações, também não existem acomodações sem assimilação. Isto significa que o meio não provoca simplesmente o registo de impressões ou a formação de cópias, mas desencadeia ajustamentos.

Partindo da ideia de que não existe acomodação sem assimilação, podemos dizer que esses esquemas cognitivos não admitem o começo absoluto, pois derivam sempre, de esquemas anteriores. E é dessa maneira que os esquemas se desenvolvem por crescentes equilibrações e autorregulações. Pode-se dizer que a adaptação é um equilíbrio constante entre a assimilação e a acomodação.

Assim, de acordo com a teoria construtivista constroem-se pouco a pouco, e dão lugar a diferenciações, por acomodação às situações modificadas, ou por combinações variadas.

Bruno Oliveira
Nº 7
12º C

quarta-feira, 29 de março de 2017

O reducionismo de Watson

Watson diz-nos: “O que nós somos é o que fazemos, e o que fazemos é o que o ambiente nos faz fazer”. Em suma, Watson refere-se ao ser humano como o resultado de um meio, de uma educação específica. Watson chega mesmo afirmar ser possível, através do meio em que é inserida, vocacionar uma criança, educa-la, de forma a agir e a ser como ele pretende.
Segundo este conceito seria esperado que perante as mesmas condições de educação e amadurecimento emocional, pessoas diferentes agissem de forma igual em situações iguais.
Olhemos então para a história de dois irmãos cujo pai era um alcoólico da pior espécie. Um dos irmãos cresceu para se tornar um exímio carpinteiro que nunca bebeu. O outro acabou por se tornar um bêbado pior que o pai. Quando questionado sobre o porquê de nunca ter bebido o primeiro irmão responderá que nunca sequer tentou experimentar uma gota de álcool porque viu o que este fez com o seu pai. O segundo irmão, pelo contrário, diz ter aprendido a beber nos joelhos do pai.
Portanto, ao invés de nos limitarmos a este conceito de Watson de que somos quem somos devido, exclusivamente, ao meio envolvente devemos ter em mente que aquilo que somos é produto de inúmeras razões as quais nem sempre podem ser explicadas ou compreendidas.

Daniela Pacheco nº11

O Poder das Palavras

As palavras têm apenas natureza destruidora? Ou também criadora? Na verdade, as palavras têm essas duas características, a capacidade de destruir mas também de criar. É uma pena que sejam necessárias mais palavras para criar do que para destruir e que sejam as palavras destruidoras que nos traumatizam e nos marcam mais.

Basta uma simples palavra, uma simples afirmação que nos atinja num ponto fraco, ou até mesmo quando são usadas para nos manipular. Essas são as piores palavras, as mais destruidoras que podem terminar com vínculos de anos ou até mesmo com a confiança de alguém. No entanto, não são só as palavras mas também a forma como são ditas.


Mas nem sempre têm um caráter agressivo, por vezes, as palavras da destruição também transmitem sentimentos de tristeza, dor e rejeição como quando nos pedem conselhos, ou quando encaramos mais difíceis na vida. São também palavras que nos dão pena, quando as vemos nas outras pessoas, e nos dá vontade de ajudar, por vezes.

Mas nem tudo é mau, as palavras também conseguem ser muito fortes para transmitir certos sentimentos como é o caso do amor, prazer, encanto, … Todos os sentimentos que são fortemente vividos pelo homem também são fortemente explicados por palavras, mesmo que seja complicado.

“Como flores charmosas, com cores, mas sem odor, são as doces palavras para aquele que não concorda com elas”
-Buda-

As palavras conseguem reparar e até mesmo criar laços entre duas pessoas. Só temos de saber quais dizer e como dizer, pois as palavras também pode ser vazias quando não sabemos o que estamos a falar.

“As palavras são como moedas, ainda que uma valha por muitas, por vezes muitas não valem nada.”
-Francisco de Quevedo-

A palavra é usada até para curar doenças como é o caso da psicanálise de Freud, o uso da palavra é fundamental na cura de neuroses, segundo a sua teoria. Desde das confissões do paciente, até à relação entre paciente e terapeuta, e passando pela associação de ideias, a palavra é o único meio de ambos se conseguires expressar para que tudo corra bem e a doença seja superada.

É uma pena que as palavras sejam usadas tantas vezes para insultar, mentir, derrubar, destruir ao invés de serem usadas para aquilo que foram feitas: comunicar. Explicar o que sentimentos, agradecer, amar, inspirar, abraçar, criar...


Podemos então perceber que as palavras são muito poderosas por isso temos de ter cuidado em como as dizemos e quais escolhemos para nos explicarmos pois podemos ser mal interpretados e acabar por julgar ou ser julgados demasiado rápido algo que desconhecemos.

Bruno Oliveira
Nº 7
12º C

segunda-feira, 27 de março de 2017

Violência no namoro

       A violência no namoro é um flagelo que cada vez mais assombra os jovens. É definida como um ato de violência, pontual ou contínua, cometido por um dos parceiros (ou por ambos) numa relação de namoro, tendo como objetivo controlar, dominar e ter mais poder do que a outra pessoa que se encontra envolvida na relação.

       Existem várias formas de violência no namoro:

  • Violência Física- quando estão em causa agressões ou arremessos de objetos;
  • Violência Sexual- quando algum dos parceiros obriga o outro a praticar atos sexuais;
  • Violência Verbal- implica humilhações, acompanhadas de críticas e comentários negativos;
  • Violência Psicológica- está relacionada com o controlo constante e excessivo exercido por um dos elementos do casal no seu parceiro;
  • Violência Social- envolve humilhações em público ou proibição para conviver com amigos ou família.

     As vítimas de violência no namoro sentem-se sozinhas, assustadas, envergonhadas, culpadas, desconfiadas, inseguras, confusas, tristes, ansiosas ou deprimidas. É importante que elas tenham noção que não são culpadas do que lhes está a acontecer e que a violência jamais é uma forma de expressar amor ou paixão por outra pessoa.

      É também  vital que elas contem a um adulto da sua confiança aquilo pelo qual estão a passar, visto que ele poderá apoiá-la e protegê-la caso saiba o que esteja a acontecer.

       Em Portugal, existe a APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima), que é uma instituição particular de solidariedade social que presta informação, proteção e apoio emocional, psicológico, jurídico e social a todas as vítimas de crimes, aos seus familiares e amigos.

     O apoio dado por esta associação é gratuito e confidencial, servindo muitas como um ombro amigo, com quem as vítimas podem desabafar acerca do sacrilégio em que vivem.

   É importante sensibilizar os jovens para esta realidade de forma a prevenir e intervir atempadamente em situações onde se verifiquem indicíos de violência no namoro, porque amor não é obsessão e violência não é amor!



Cláudia Monteiro Nº10

sábado, 25 de março de 2017

Um sério problema

 
  A poluição não é, sem dúvida, um problema recente e merece uma especial atenção. O comportamento do Ser Humano tem contribuído, em larga escala, para o aumento dos ríscos ambientais no planeta. A qualidade do ar tem sido bastante afetada, bem como a qualidade das águas e solos.

  O planeta, tal como o conheceríamos, caminha a passos largos, para um desastre ambiental. O aumento das emissões de CO2, provocadas pelas atívidades humanas é um dos principais responsáveis por essa realidade. Segundo o site ''ScienceMag.org'', cidades como Lagos (Nigéria), Nova Deli (Índia), Pequim (China) ou Los Angeles (EUA) são alguns dos locais mais afetados pelas mudanças na qualidade do ar. Mas também as ''águas'' tem sido alvo de alterações. Hoje, é possível presenciar, a quantidade inacreditável de resíduos que ''bóiam'' sobre os nossos oceanos. É uma triste realidade, que cada vez se torna mais frequente.

  Não podemos esquecer, também, as consequências que este problema carrega. Por exemplo, os riscos para a saúde, contribuindo para uma maior propagação de doenças por todo o globo, provocando epidemias que resultariam na morte de milhões de pessoas. A poluição afeta, de igual modo os ecossistemas, levando à perda significativa de fauna e flora.

  É necessário tomar certas medidas, visando o melhoramento da ''Terra''. É necessário alterar determinados comportamentos que possam provocar um aumento desta catástrofe. Devemos lembrar-nos que as nossas ''ações ambientais'' no presente, influenciarão as gerações futuras. Assim, devemos trabalhar em conjunto para tornar a ''nossa casa'' num lugar melhor.

Pedro Ribeiro, nº 18

sexta-feira, 24 de março de 2017

Até Quando?



  Até quando teremos que assistir a todas estas atrocidades que se tornam constantes?

Penso que é chegada a altura de fazer uma pequena reflexão, acerca do real estado do mundo em que vivemos. Diariamente somos ''inundados'', através dos vários meios de comunicação, com notícias de conflitos. O mundo seguro que esperaríamos que existisse, não é nada mais senão uma miragem e, parece tornar-se algo inatingível a cada dia que passa. Pessoas inocentes morrem todos os dias, outros tantos ficam feridos. Vidas são destruídas, famílias são divididas e esperança... essa parece desaparecer.

Ameaças provêm de diversas ''frentes''. Sejam conflitos armados, sejam conflitos políticos. Por um lado a guerra, que vitima milhões de pessoas em todo o mundo, por outro lado a nossa liberdade e a democracia de certos estados parece ''estar por um fio''. A paz mundial está, a meu ver, mais ameaçada no presente, que em qualquer outro momento da História da Humanidade.


  Esta foi apenas uma pequena reflexão que visa alertar para a situação vivida no nosso planeta. Este tipo de situações devem ser tidas em conta, em todo o lado, de forma a tornar o mundo em que vivemos um pouco mais ''habitável''.
 





Pedro Ribeiro, nº 18

O processo de equilibração: a marcha do organismo em busca do pensamento lógico

   Pode-se dizer que o "sujeito epistêmico" protagoniza o papel central do modelo piagetiano, pois a grande preocupação da teoria é desvendar os mecanismos processuais do pensamento do homem, desde o início da sua vida até a idade adulta. Nesse sentido,  a compreensão dos mecanismos de constituição do conhecimento, na concepção de Piaget, equivale à compreensão dos mecanismos envolvidos na formação do pensamento lógico, matemático. Como lembra La Taille, "(...) a lógica representa para Piaget a forma final do equilíbrio das ações. Ela é 'um sistema de operações, isto é, de ações que se tornaram reversíveis e passíveis de serem compostas entre si'".
   No método psicogenético, o 'status' da lógica matemática perfaz o enigma básico a ser desvendado. O maior problema, nesse sentido, concentra-se na busca de respostas pertinentes para uma questão fulcral: "Como os homens constroem o conhecimento?". Imbricam-se nessa questão, naturalmente, outras indagações afins, quer sejam: como é que a lógica passa do nível elementar para o nível superior? Como se dá o processo de elaboração das ideias? Como a elaboração do conhecimento influencia a adaptação à realidade? Etc.
   Procurando soluções para esse problema central, Piaget sustenta que a génese do conhecimento está no próprio sujeito, ou seja, o pensamento lógico não é inato ou tão pouco externo ao organismo mas é fundamentalmente construído na interação homem-objeto. Quer dizer, o desenvolvimento da filogenia humana se dá através de um mecanismo auto-regulatório que tem como base um 'kit' de condições biológicas (inatas portanto), que é ativado pela ação e interação do organismo  com o meio ambiente - físico e social. Tanto a experiência sensorial quanto o raciocínio são fundadores do processo de constituição da inteligência, ou do pensamento lógico do homem.
   Está implícito nessa ótica de Piaget  que o homem é possuidor de uma estrutura biológica que o possibilita desenvolver o mental, no entanto,  esse facto pode não se assegura com o desencadeamento de fatores que propiciarão o seu desenvolvimento, este só acontecerá a partir da interação do sujeito com o objeto a conhecer. Por sua vez, a relação com o objeto, embora essencial, da mesma forma também não é uma condição suficiente ao desenvolvimento cognitivo humano, uma vez que para tanto é preciso, ainda, o exercício do raciocínio. Por assim dizer, a elaboração do pensamento lógico demanda um processo interno de reflexão. Tais aspectos deixam à mostra que, ao tentar descrever a origem da constituição do pensamento lógico, Piaget focaliza o processo interno dessa construção.
   Simplificando ao máximo, o desenvolvimento humano, no modelo piagetiano, é explicado segundo o pressuposto de que existe uma conjuntura de relações interdependentes entre o sujeito conhecedor e o objeto a conhecer. Esses fatores que são complementares envolvem mecanismos bastante complexos e intrincados que englobam o entrelaçamento de fatores que são complementares, tais como: o processo de maturação do organismo, a experiência com objetos, a vivência social e, sobretudo, a equilibração do organismo ao meio.
   O conceito de equilibração torna-se especialmente marcante na teoria de Piaget pois ele representa o fundamento que explica todo o processo do desenvolvimento humano. Trata-se de um fenómeno que tem, em sua essência, um carácter universal, já que é de igual ocorrência para todos os indivíduos da espécie humana mas que pode sofrer variações em função de conteúdos culturais do meio em que o indivíduo está inserido. Nessa linha de raciocínio, o trabalho de Piaget leva em conta a atuação de  2 elementos básicos ao desenvolvimento humano: os fatores invariantes e os fatores variantes.

(a) Os fatores invariantes:  Piaget postula que, ao nascer, o indivíduo recebe como herança uma série de estruturas biológicas - sensoriais e neurológicas - que permanecem constantes ao longo da sua vida. São essas estruturas biológicas que irão predispor o surgimento de certas estruturas mentais. Em vista disso, na linha piagetiana, considera-se que o indivíduo carrega consigo duas marcas inatas que são a tendência natural à organização e à adaptação, significa entender que, em última instância,  o 'motor' do comportamento do homem é inerente ao ser.

(b) Os fatores variantes: são representados pelo conceito de esquema que constitui a unidade básica de pensamento e ação estrutural do modelo piagetiano, sendo um elemento que se transforma no processo de interação com o meio, visando à adaptação do indivíduo ao real que o circunda. Com isso, a teoria psicogenética deixa à mostra que a inteligência não é herdada, mas sim que ela é construída no processo interativo entre o homem e o meio ambiente (físico e social) em que ele estiver inserido.

Em síntese, pode-se dizer que, para Piaget, o equilíbrio é o norte que o organismo almeja mas que paradoxalmente nunca alcança, seja vista que no processo de interação podem ocorrer desajustes do meio ambiente que rompem com o estado de equilíbrio do organismo, aliciando esforços para que a adaptação se restabeleça. Essa busca do organismo por novas formas de adaptação envolvem dois mecanismos que apesar de distintos são indissociáveis e que se complementam: a assimilação e a acomodação.

(a) A assimilação consiste na tentativa do indivíduo em solucionar uma determinada situação a partir da estrutura cognitiva que ele possui naquele momento específico da sua existência. Representa um processo contínuo na medida em que o indivíduo está em constante atividade de interpretação da realidade que o rodeia e, consequentemente, tendo que se adaptar a ela. Como o processo de assimilação representa sempre uma tentativa de integração de aspectos experimentais aos esquemas previamente estruturados, ao entrar em contacto com o objeto do conhecimento o indivíduo busca retirar dele as informações que lhe interessam deixando outras que não lhe são tão importantes, visando sempre a restabelecer a equilibração do organismo.

(b) A acomodação, por sua vez,  consiste na capacidade de modificação da estrutura mental antiga para dar conta de dominar um novo objeto do conhecimento. Quer dizer, a acomodação representa "o momento da ação do objeto sobre o sujeito" emergindo, portanto, como o elemento complementar das interações sujeito-objeto.  Em síntese, toda experiência é assimilada a uma estrutura de ideias já existentes (esquemas) podendo provocar uma transformação nesses esquemas, ou seja, gerando um processo de acomodação.

   Os processos de assimilação e acomodação são complementares e acham-se presentes durante toda a vida do indivíduo e permitem um estado de adaptação intelectual. É muito difícil, se não impossível, imaginar uma situação em que possa ocorrer assimilação sem acomodação, pois dificilmente um objeto é igual a outro já conhecido, ou uma situação é exatamente igual a outra.


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                                                                                                 Bruna Fernandes nº5                


sábado, 18 de março de 2017

Watson e o behaviorismo

John Watson é considerado o pai da psicologia científica pois alterou de forma radical a ideia de psicologia que o antecedia. Esta psicologia tradicional tinha como método de estuda da consciência a introspeção.
Apesar de não negar a existência da consciência ou a capacidade de o individuo se analisar, Watson considera que os estados de espírito bem como a procura das suas causas só podem interessar ao sujeito no âmbito da sua vida pessoal, isto é, na forma como age.
Watson pretendia para a psicologia o mesmo estatuto da biologia. Logo para se constituir como ciência rigorosa e objetiva, o psicólogo terá de assumir a atitude do cientista, trabalhando com dados que resultam de observações objetivas e acessíveis a qualquer outro observador. O psicólogo terá de renunciar à introspeção e limitar-se à observação externa, à semelhança das outras ciências.  Watson chegou mesmo a estabelecer uma fórmula que prevê o comportamento: R =f(s), isto é, a resposta (R) depende da situação (S).
Para a elaboração tal teoria, realizou estudos com crianças, verificando que estas não exibem medo quando são, por exemplo, apresentadas pela primeira vez a um gato, ou a um cão, ou a outros animais, isto deve-se ao facto de as crianças ainda não terem aprendido a ter medo destes seres.
O experimento clássico de Watson foi realizado com uma criança que ao ser apresentada a um rato branco, num primeiro momento, não manifestou medo. No entanto, após a combinação do rato a um som estridente, durante sete vezes, a perspetiva que tem do animal transforma-se de tal forma que é o suficiente para provocar na criança uma forte reação de medo.
Sendo assim, toda atividade humana é condicionada e condicionável de acordo com a variação na constituição genética. Contudo, é possível construir uma multiplicidade de novas conexões estímulo-resposta através do condicionamento clássico pavloviano. Para Watson, quase todo comportamento humano seria aprendido.
Desse experimento, Watson concluiu que o meio ambiente exerce uma grande influência sobre o indivíduo. Apoderando-se do condicionamento de Pavlov e combinando-o com idéeas que ele mesmo havia desenvolvido, Watson apresentou ao mundo a posição que chamou de behaviorismo.

Daniela Pacheco nº11

Jean Piaget e o desenvolvimento cognitivo

 Na última aula de Psicologia, falámos sobre Piaget e o desenvolvimento cognitivo. Como forma de aprofundar o conhecimento sobre esta matéria decidi fazer uma pesquisa de maneira a saber mais sobre este psicólogo que tanto contribui para a Psicologia com os seus estudos, provocando uma verdadeira revolução epistemológica.
 Jean Piaget, nasceu a 9 de agosto de 1896, em Neuchâtel, na Suíça e morreu a 17 de Setembro de 1980 em Genebra, uma das cidades mais populosas de Suiça. 
 Piaget, revelou-se desde cedo um homem de interesses vastos colocando um empenho extraordinário em tudo aquilo que fazia. O seu gosto pela Zoologia leva-o a elaborar aos dez anos de idade a sua primeira publicação científica sobre um pardal albino. Aos quinze anos as suas publicações sobre moluscos ganharam também uma alta reputação entre os zoologistas europeus. Apaixona-se rapidamente pela Epistemologia, e percebe que a Psicologia é uma via científica para elaborar a Epistemologia Genética.
 Piaget estudou sob a alçada de Carl Gustav Jung e Eugen Bleuler, ingressando posteriormente na Universidade de Sorbonne em Paris no ano de 1919 permanecendo lá durante dois anos. Neste período criou e administrou testes de leitura para crianças em idade escolar, mostrando-se sobretudo interessado no tipo de erros que as crianças davam, o que o levou posteriormente a explorar o processo racional destas crianças. Em 1921 começou a publicar as suas conclusões e nesse mesmo ano veio para a Suíça, onde foi convidado por Claparéde, diretor do Instituto Jean-Jacques Rousseau, para o posto de Chefe de Trabalhos dando aulas de Psicologia de 1921 a 1925. De 1926 a 1929 foi professor de filosofia na Universidade de Neuchâtel e em 1929 juntou-se à Faculdade de Genebra como professor de psicologia infantil, permanecendo nesta instituição até à sua morte. Em 1939 Piaget passou a membro do Conselho Executivo da UNESCO, e em 1955 estabeleceu o Centro Internacional de Epistemologia Genética em Genebra tornando-se seu diretor.
Em mais de cinquenta livros e monografias ao longo da sua carreira, Piaget, continuou a desenvolver o tema que inicialmente descobriu em Paris: "que a mente da criança evolui ao longo de uma série de estádios até atingir o estado adulto". Piaget vê a criança como estando a criar e recriar o seu próprio modelo de realidade, atingindo um crescimento mental por integração de conceitos de nível mais elevado ao longo de cada estádio.
 Piaget reivindica uma epistemologia genética, uma base estabelecida por natureza para o desenvolvimento da habilidade da criança para pensar. Traçou quatro estádios nesse desenvolvimento: o estádio sensório-motor (0-2 anos), o estádio pré-operatório (2-7 anos), o estádio operatório concreto (7-11/12 anos) e o estádio operatório formal (12-16 anos).
 No estádio sensório-motor a criança gere os seus próprios reflexos inatos e transforma-os em ações de prazer ou interesse. Neste período, numa primeira fase, a criança começa a tomar consciência de si como uma entidade física separada, apercebendo-se posteriormente que os objetos à sua volta têm uma existência separada e permanente.
 No segundo estádio, pré-operatório, a criança já deve ser capaz de manipular o seu ambiente simbólico através das suas representações ou pensamentos acerca do mundo externo. Durante este estádio a criança aprende a representar os objetos por palavras e a manipular as palavras mentalmente.
 Por volta dos 7 até aos 11/12 anos de idade, a criança deve encontrar-se no estádio operatório concreto. Neste período ocorre o começo da lógica nos processos de pensamento da criança e o início da classificação dos objetos pelas suas similaridades e diferenças. É nesta altura que a criança começa a ter noção dos conceitos de tempo e de número.
 O último estádio, operatório formal,  é caracterizado por uma generalização do pensamento e por um apuro da lógica, permitindo um tipo de experimentação mental mais flexível. A criança aprende neste estádio a manipular ideias abstratas, a formular hipóteses e a avaliar as implicações do seu pensamento e do dos outros.
 Piaget elaborou, assim, uma teoria de desenvolvimento que funcionou como fio condutor para muitos dos que se interessaram pelo estudo do desenvolvimento da criança. Ao longo de toda a sua vida acumulou observações e reflexões criando verdadeiros quadros acerca da forma como as crianças vêm o mundo.
 Para concluir, apresento-vos uma citação de Jean Piaget na qual este nos transmite o que pensa que deveria ser a educação.

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                                                                                                         Luís Monteiro Nº13

terça-feira, 14 de março de 2017

Pavlov

Ivan Pavlov, um médico russo, é protagonista de uma das experiências mais revolucionárias do século 20. Este treinou cães para que estes salivassem, quando ele queria, na ausência de comida. Cada vez que Pavlov alimentava os cães tocava uma sineta e através de uma associação de acontecimentos e um processo de aprendizagem estes começaram a salivar quando ouviam o som do instrumento. A isto chama-se reflexos condicionados.

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Inês Lemos



domingo, 12 de março de 2017

Watson e o Comportamento

Ao longo dos anos têm surgido múltiplas teorias que procuram explicar a complexidade do ser humano. Algumas colocam em ênfase os processos mentais, outras defendem que o ser humano se carateriza, antes de mais, pelo seu comportamento, pela reação a estímulos externos, a estímulos provenientes do meio ambiente. Watson, fundador do Behaviorismo, defende esta perspetiva, considerando que nós somos produtos do meio, das aprendizagens.

A preocupação central de Watson foi demarcar-se da psicologia tradicional, que estuda a mente e a consciência através da introspeção. Watson declarava a necessidade de a Psicologia se constituir como ciência autónoma e objetiva, uma ciência natural e experimental. Embora não negando os processos mentais e a consciência, Watson considerava que esses não se podiam constituir como objeto de estudo da Psicologia, pois eram constituintes da vida pessoal de cada um e não objeto de uma ciência.
Assim, Watson fundou o Behaviorismo (ou teoria do comportamento, ou comportamentalismo ou ainda condutismo). Esta corrente estuda os comportamentos do ser humano, tendo por objetivo estabelecer as relações entre os estímulos e as respostas, entre as causas e os efeitos, como qualquer outra ciência. Uma das principais ideias do Behaviorismo decorre do facto de considerar o ser humano como sendo inicialmente uma página em branco que será eventualmente moldada pelo meio e pela educação. Deste modo, os comportamentos são aprendizagens condicionadas pelo meio em que nos encontramos inseridos; o comportamento humano é produto de condicionamentos, isto é, de associações de uma resposta (R) a um estímulo (E) ou conjunto de estímulos (S – Situação): R = f(s). O ser humano reage aos estímulos exteriores em função dos reflexos condicionados que adquiriu.
O Behaviorismo recorre ao método experimental: primeiro define-se uma amostra da população e depois divide-se essa amostra em dois grupos. No grupo experimental, varia-se o fator que se considera responsável pelo comportamento (variável independente). No grupo de controlo, não há qualquer intervenção. O comportamento dos dois grupos é depois comparado. Se se concluir que a variável que se manipulou modifica o comportamento, e depois de confirmado por outras experiências, faz-se a generalização para a população.
Ao considerar que o ser humano é resultado de processos de aprendizagem, Watson deu ênfase à influência do meio, deixando de lado os processos mentais, prevalecendo assim os fatores adquiridos sobre os fatores inatos. 

“O Homem não nasce, constrói-se”, o meio constrói o ser humano.


Adriana Alves
Nº1

sábado, 4 de março de 2017

Transtorno de Personalidade Narcisista

   O Transtorno de Personalidade Narcisista faz parte de um grupo de distúrbios mentais  chamados Transtornos de Personalidade Dramática. Os individuos afetados com estes transtornos têm emoções intensas, instáveis e uma visão distorcida de si próprios.
Particularmente, as pessoas com Transtorno de Personalidade Narcisista, além de apresentarem os sintomas referidos, têm um amor anormal por si próprias, um complexo elevado de superioridade e importância e uma preocupação com o sucesso e poder. Ao contrário do que se possa pensar, estas atitudes escondem na realidade  uma profunda sensação de insegurança e uma auto estima frágil.

     Na prática, um indivíduo  com esta patologia é autocentrado, prepotente, procura constantemente  atenção e admiração  e considera-se melhor do que os outros. Para além disso, acredita que tem direito a ter um tratamento especial por parte de quem o rodeia e pode aproveitar-se de quem lhe der jeito para alcançar os seus objetivos (não olhando, por isso, a meios para atingir um fim). É importante também realçar que outros traços desta doença passam por ter inveja dos outros ou pela convicção que eles têm inveja de si, uma enorme sensibilidade a insultos e críticas  e um comportamento e atitude agorrantes.

    A causa exata deste distúrbio ainda não é conhecida. Contudo, muitos professionais da área da saúde mental acreditam que esta doença surge devido a uma combinação de fatores tais como vulnerabilidades biológicas, fatores psicológicos que envolvem a incapacidade de gerir situações de tensão e interações sociais com adultos durante a infância.

    Alguns profissionais da área que pesquisam sobre este assunto acreditam que este transtorno pode ser mais propenso a desenvolver-se em crianças que são educadas com demasiado mimo  ou em filhos que são pressionados pelos pais para que sejam talentosos em algo. 
Por outro lado, esta perturbação pode surgir como resultado de um trauma provocado por abusos ou negligência sofridos durante a infância.

    A presença desta doença torna-se evidente durante a adolescência ou inicio da idade adulta, que é quando os traços da personalidade ficam consolidados.

  Esta patologia é diagnosticada  por um psicólogo ou psiquiatra, que compara os sintomas manifestados pelo paciente com os sintomas carateristicos da doença, averiguando, assim, se ele efetivamente sofre deste transtorno.

  Esta doença  pode ser tratada com recurso a três terapias: terapia comportamental (ajuda a identificar comportamentos e convicções negativas e a substitui-los por ideias positivas, saudáveis); terapia familiar (consiste em reunir toda a família nas sessões  de terapia e, juntos, procurarem soluções para lidar com eventuais problemas de relacionamento  que possam existir entre si)  e terapia de grupo ( consiste num encontro com pessoas que sofram do mesmo transtorno, que tem por objetivo um melhor relacionamento do doente com os outros). Todas estas terapias têm como base a psicanálise ("cura pela fala").


                                                                                                                            Cláudia Monteiro Nº10



quarta-feira, 1 de março de 2017

O Pensamento

"Puro Amor" Rita Caruzzo
Durante a infância, a criança vai desenvolvendo as suas capacidades de raciocínio. E à medida que esta cresce, adquire a capacidade de refletir sobre os mais variados e complexos assuntos que sempre nos rodearam, mas só nesta idade nos saltam à vista.
Mas será bom pensar? Claro que é, basta olhar à nossa volta e ver todas as obras grandiosas que resultaram do pensamento humano. Mas será benéfico para o Homem?
Não.
Um pouco de nós morre quando pensamos. Nós somos escravos da nossa consciência e esta faz usa-nos, fazendo de nós tudo o que quiser.
"Nós não passamos de marionetas nas mãos do tempo, condenados a um estado de profundo dor a partir do momento em que aprendemos a pensar. E este estado de dor pode demorar a chegar, mas chegará. Mais cedo ou mais tarde."