quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Psicopatia

Neste trabalho pretendo refletir um pouco sobre psicopatia, que é um tema relevante para a Psicologia por tratar-se de um tipo de personalidade abusivamente diferenciado dos outros.
A psicopatia é definida como uma desordem frequentemente associada ao comportamento antissocial, ao crime e à delinquência, ao desrespeito pelas regras e pelas instituições.
As características mais comuns manifestadas na conduta psicopata são: incapacidade de relacionamento social, ausência de valores morais, frieza no lugar de emoção, falta de compromisso com os outros e incapacidade de sentir culpa. Assim sendo, define-se, por um conjunto de características afetivas, interpessoais e comportamentais que, para muitos investigadores, assenta num défice emocional.
Os psicopatas são considerados pessoas egocêntricas, desprovidos de um comportamento social, indispensável para quem vive em sociedade. Numa visão superficial do tema, pode-se dizer que um psicopata é um louco e que, por isso, deve permanecer longe do convívio social.
Mas, uma visão mais aprofundada demonstra que estes comportamentos não deverão ser rotulados pela sociedade como loucura. Alguns tipos de psicopatas podem até estar em qualquer ambiente que frequentamos, mas têm diferentes maneiras de interagir com os outros. O que é semelhante a todos é o sofrimento psíquico que infligem às pessoas com quem convivem. E, apesar de todo o sofrimento que causam, os psicopatas não se apercebem que estão doentes, não acreditam que há algo errado com sua personalidade e apenas aceitam o facto de que funcionam de maneira diferente dos restantes.
O psicopata é plenamente capaz de identificar padrões de comportamentos sociais no quotidiano e reproduzi-los com grande qualidade (mestria) quando lhe convém, sem, no entanto, conseguir compreender o significado desses valores que finge possuir.
Num psicopata, os processos lógicos do pensamento funcionam perfeitamente, no entanto, ele aprende e utiliza a linguagem sem chegar realmente a compreender o significado do que diz. Momentos vividos no passado, como por exemplo, traumas vividos na infância, fazem com que o psicopata seja conduzido apenas pelo ID (lugar dos impulsos e instintos mais primitivos do homem). Assim, sem ação do Ego ou do Superego o psicopata não se deixa mover por valores éticos ou morais e atende cegamente aos desejos do ID. Identifica-se, então, no psicopata, a carência de um senso de moralidade. Mais do que isso, o psicopata tem tendências para achar que os valores morais existentes na sociedade são demasiado idiotas e sem propósitos, ou seja, sem razão para existirem. Estão convencidos de que estão mais à frente numa escala evolutiva e que os restantes membros da sociedade são fracos e merecem ser subjugados.
O psicopata tem prazer em fazer algo que para muitos geraria remorso, mas que para ele é vivido com prazer, ou seja, terá satisfação na realização de ações que transgridem os limites estabelecidos socialmente. Como não possuem a indesejada sensação de culpa, o psicopata pode usar todas as formas possíveis para realizar os seus desejos, sem a preocupação de magoar ou ferir alguém.
Os psicopatas são incapazes de aprender por tentativa e erro, sendo a punição para eles um meio ineficaz de modelar o seu comportamento. Por essa razão o sistema prisional não é o local adequado para receber pessoas diagnosticadas com este transtorno pois, independentemente da punição, o tempo em nada afetará o seu modo de vida. São indivíduos que não podem ser reabilitados, por isso devem ser sempre acompanhados por psiquiatras e com medicação apropriada.
Posso assim considerar que os limites, as regras sociais e as ideias do bem comum são para os psicopatas meramente abstrações confusas. Há muito ainda para descobrir e para estudar, para melhor compreender esta personalidade que é tão intrigante e temida pela sociedade.







“Poderíamos dizer que o psicopata é aquela pessoa que sabe a letra da música mas não sente a melodia.”
                                  Ana Beatriz Barbosa Silva









                                                                                                    Vítor Alexandre Silva, n.º 20

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