segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Sexualidade na infância

Sexualidade na Infância

   Segundo Sigmund Freud a sexualidade e a infância estão intimamente interligadas. Podemos assim dividi-la em quatro fases distintas: oral, anal, fálica e latente.
   Dos primeiros meses até aos dois anos de idade, as crianças obtém prazer quando as mães lhe dão de mamar ou mesmo quando ´chucham` nos dedos, daí esta ser a fase oral.
Este período e único na vida da criança pois esta desenvolve uma relação prazerosa e intima com a sua mãe. Se algo correr mal nesta fase poderá ter consequências negativas na vida adulta do indivíduo.

   Dos dois anos aos três anos de idade dá-se a fase anal uma vez que, normalmente, há o "desfraldamento" da criança. Há o contacto com as suas produções fisiológicas e controlo dos músculos do ânus. Esta etapa também requer muita atenção uma vez que pode gerar, mais tarde, insegurança e rejeição do próprio corpo.
    Dos quatro aos seis anos de idade a criança ultrapassa a fase fálica, onde há uma enorme descoberta e exploração dos órgãos sexuais. A masturbação é recorrente, mas a criança não tem consciência nem malicia no ato, logo os pais nunca devem proibir este momento pois estarão a proibir a criança de se conhecer a si mesma. Nesta fase ocorre o complexo de Édipo.


   A partir dos sete anos a criança viverá uma fase latente, que antecede a puberdade. Todas as perguntas que ela faz devem ser respondidas de forma adequada em relação a sua idade. Ocorrerá a preparação psíquica para as mudanças corporais da criança.
   Podemos então concluir que a infância é a fase mais crucial para o desenvolvimento de cada individuo.


Inês Lemos nº14


























O EGO E O SUPEREGO

    O Ego:


   Ego (em alemão ich, "eu") designa na teoria psicanalítica uma das três instâncias dinâmicas do aparelho psíquico. O ego desenvolve-se a partir do Id com o objetivo de permitir que seus impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo: é o chamado princípio da realidade. É esse princípio que introduz a razão, o planeamento e a espera no comportamento humano. A satisfação das pulsões é retardada até o momento em que a realidade permita satisfazê-las com um máximo de prazer e um mínimo de consequências negativas.
    A principal função do Ego é buscar uma harmonização inicialmente entre os desejos do Id e a realidade do Superego. Há muitos conflitos entre o Id e o Ego, pois os impulsos não civilizados do Id estão sempre querendo expressar-se. Freud destacava que os impulsos do Id são muitas vezes reprimidos pelo Ego por causa do medo de castigo. Ou seja, o Ego pode coibir os impulsos inaceitáveis do Id, o "desejo de roubar", por exemplo, seria um impulso do id (que é totalmente inconsciente). Porém, visto que o indivíduo não pode sobreviver obedecendo somente aos impulsos do Id, é necessário que ele reaja realisticamente a seu ambiente de convívio. O conjunto de procedências que leva o indivíduo a comportar-se assim, é o Ego. O Ego é, portanto, mais realístico do que o Id, visando sempre as consequências dos impulsos inconscientes do Id.
    O Ego não é completamente consciente, os mecanismos de defesa fazem parte de um nível inconsciente.

O Superego:


   Superego designa na teoria psicanalítica uma das três instâncias dinâmicas do aparelho psíquico. É a parte moral psique e representa os valores da sociedade.
   O superego divide-se em dois subsistemas: o Ideal do ego, que dita o bem a ser procurado; e a consciência moral, que determina o mal a ser evitado.
   O superego tem três objetivos:


  • inibir (através de punição ou sentimento de culpa) qualquer impulso contrário às regras e ideais por ele ditados (consciência moral);
  • forçar o ego a se comportar de maneira moral (mesmo que irracional)
  • conduzir o indivíduo à perfeição - em gestos, pensamentos e palavras (ideal do ego).

   O superego forma-se após o ego, durante o esforço da criança de introjetar os valores recebidos dos pais e da sociedade a fim de receber amor e afeição. Ele pode funcionar de uma maneira bastante primitiva, punindo o indivíduo não apenas por ações praticadas, mas também por pensamentos; outra característica sua é o pensamento dualista (tudo ou nada, certo ou errado, sem meio-termo).
   Costuma dizer-se que "o superego é o herdeiro do complexo de Édipo", levando em consideração que durante a fase fálica há a castração, a proibição do incesto, dada pelo pai, que ao mesmo tempo que corta lhe dá possibilidade. Os psicopatas têm um id dominante e um superego muito reduzido, o que lhes tolhe o remorso, sobressaindo a falta de consciência moral.
   O superego nem sempre é consciente, muitos valores e ideais podem ser despercebidos pelo eu consciente.


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                                                           Bruna Fernandes, nº5








domingo, 29 de janeiro de 2017

A Teoria da Psicanálise

A psicanálise acredita que os nossos comportamentos e sentimentos são regidos por desejos inconscientes. Para analisar os conteúdos inconscientes, é necessário aceder aos instintos, ânsias e impulsos que fornecem a energia para as ações.
Assim, a partir da observação, o psicanalista consegue identificar vestígios de traumas, desejos ou ideias que tenham sido reprimidas para o inconsciente e, como consequência, provoquem distúrbios comportamentais e neuroses a curto e/ou longo prazo.



Segundo a psicanálise freudiana o “id” é composto pelos desejos e pelos impulsos. O “superego“ (supereu), em contrapartida, é formado pela moral e pelas regras que um sujeito respeita na sociedade. O “ego” (eu), por último, é o equilíbrio que permite que o homem possa satisfazer as suas necessidades dentro dos parâmetros sociais.

 ID 
Nos estudos da psicanálise e psicologia, o Id é responsável pelos instintos, impulsos orgânicos e os desejos inconscientes.
ID é o único componente da personalidade que está presente desde o nascimento funcionando segundo o princípio do prazer, a força psíquica que motiva a tendência a procurar a satisfação imediata de qualquer impulso. O id contém a libido, que é a fonte primária de força instintiva que não responde às exigências da realidade. Não faz planos, não espera, busca uma solução imediata para as tensões, não aceita frustrações e não conhece inibição. O id desconhece juízo, lógica, valores, ética ou moral, sendo exigente, impulsivo, cego, irracional, antissocial, egoísta e dirigido ao prazer.

 EGO
É o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do id, as exigências da realidade e as ordens do superego, serve como mediador, um facilitador da interação entre o id e as circunstâncias do mundo externo. O ego representa a razão ou a racionalidade, tem consciência da realidade, manipula-a e, dessa forma, regula o id, reprimindo as exigências em busca do prazer até encontrar o objeto apropriado para satisfazer a necessidade e reduzir a tensão.
O ego é a parte consciente da mente, sendo responsável por funções como perceção, memória, sentimentos e pensamentos. É regido pelo “princípio da realidade”, sendo o principal influente na interação entre sujeito e ambiente externo. É um componente moral, que leva em consideração as normas éticas existentes.

SUPREGO
O superego representa a moralidade, regendo-se pelo “principio do dever”.  Origina-se com o complexo do Édipo e desenvolve-se desde o inicio da vida, quando a criança assimila as regras de comportamento ensinadas pelos pais ou responsáveis mediante o sistema de recompensas e punições fazendo o julgamento das intenções do sujeito sempre agindo de acordo com heranças culturais relacionadas a valores e regras de conduta conduzindo o indivíduo à perfeição - em gestos, pensamentos e palavras (ideal do ego). O superego é, então, componente moral e social da personalidade.

Assim Freud imaginava a constante luta dentro da personalidade quando o ego é pressionado pelas forças contrárias insistentes. O ego deve tentar retardar os ímpetos agressivos e sexuais do id, perceber e manipular a realidade para aliviar a tensão resultante, e lidar com a busca do superego pela perfeição.


Diana Oliveira, 12ºC

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Teste do Marshmallow


O ser Humano é na sua essência um ser dotado de necessidades, desde as mais básicas (fisiológicas e de segurança), passando pelas psicológicas (socias e de estima), até às de realização pessoal (autorrealização). Este tende sempre a satisfazê-las conservando assim a sua existência/(EROS) e como bónus também obtém prazer.
O cérebro do Homem é a máquina mais complexa que se tem vindo a investigar ao longo de imensos anos. Ainda assim é extremamente enigmático todo o seu processo, levantando inúmeras questões (algumas delas mesmo inexplicáveis) como por exemplo o que nos leva a ter determinados comportamentos e reações quando expostos a diferentes situações. Parte da resposta a esta questão passa pelo hipotálamo que é uma região do encéfalo em que uma das suas funções é agir como regulador das necessidades básicas dos mamíferos em geral; isto é, as sensações de fome, frio, sede, saciedade, sono, etc. são tudo informações que nos são dadas pelo hipotálamo com vista à posterior satisfação das mesmas.
Nas crianças as necessidades/impulsos a que o Homem é constantemente sujeito são algo extremamente difícil de controlar, isto porque elas são seres maioritariamente biológicos e regem-se apenas pelo princípio do prazer, por outras palavras, agem apenas de maneira a satisfazer imediata e totalmente essas mesmas necessidades. Não obstante que já lhes é começado a ser incutido alguns valores culturais e de vida em sociedade, isto é, a educação.
A educação passa então pela aprendizagem de que se deve dominar ou contrariar determinados impulsos (necessidades), ou seja aguardar/retardar o prazer. Visto que a idade mais importante e com mais influência na personalidade de uma pessoa é durante a infância (dos 0 aos 5/6 anos), quando esta aprendizagem é conseguida futuramente as crianças atingirão mais competências tanto cognitivamente como socialmente e também uma melhor capacidade de lidar com a frustração e o stress. Estes dados foram retirados de um teste importantíssimo e dos mais famosos na área da psicologia criado por Walter Mischel. No “Teste do Marshmallow” é avaliada em várias crianças a capacidade de dominar as necessidades e retardar a gratificação imediata (autocontrole). O teste constitui em dar a cada criança um marshmallow, e impor a condição de que se estas resistissem ao doce enquanto o adulto se retira da sala e não o comessem, no fim receberiam dois. Todas as crianças tiveram reações diferentes a este teste, vou então deixar o Video Teste do Marshmallow como complementar.
Este teste pode funcionar também como elo de ligação entre aquilo que é inato ao ser humano (as necessidades, instintos e pulsões) e aquilo que este aprende a partir do meio/sociedade em que está incluído (o facto de ter de dominar, controlar essas mesmas necessidades/instintos/pulsões).

Bárbara Ribeiro nº3

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Teoria dos sonhos

   A teoria dos sonhos, proposta por Freud em 1990, veio revolucionar a maneira como se passaram  a interpretar  os sonhos.

  Até então, os sonhos eram considerados apenas símbolos analisados como se fossem manifestações sobrenaturais. 

   Quando Freud escreveu a sua obra-prima - “A Interpretação dos Sonhos”- e a partir da análise dos sonhos, conseguiu mostrar  que a essência dos sonhos é a realização de um desejo infantil reprimido e a partir daí elaborou as  bases do método psicanalítico.

  Por meio dessa análise, mostrou a existência do inconsciente e transformou os sonhos num instrumento revelador da personalidade humana, constatando que eles  fazem surgir detalhes da nossa infância, que acreditávamos terem caído no esquecimento.

  Segundo Freud, os sonhos são constituídos por dois conteúdos: o conteúdo manifesto e o conteúdo latente. O conteúdo manisfesto diz respeito ao relato do sonhador,ou seja, áquilo que acontece no sonho. O conteúdo latente é o significado do sonho depois de analisado.Para se chegar ao conteúdo latente, cada elemento do sonho deve ser separado dos restantes e deve ser associado pelo sonhador a alguma coisa.

  Por exemplo,este psicanalista relatou o sonho de uma paciente. No sonho, ela via o seu sobrinho morto, num caixão. Primeiramente, ele começou por pedir-lhe que ela disesse o que cada elemento do sonho a fazia lembrar e pensar, ou seja, associasse cada elemento do sonho a algo. Depois deste processo , Freud chegou ao significado do sonho: tinha morrido pouco tempo um sobrinho dessa mulher e , nessa ocasião, apareceu no funeral uma pessoa pela qual ela era apaixonada. Assim, o que o sonho mostrava era que ela desejava ver novamente a pessoa pela qual era apaixonada e que, por motivos alheios à sua vontade, não conseguira estabelecer um relacionamento amoroso com a mesma.

  Esta paciente do Freud sonhou com caixão e  associou-o à presença de uma pessoa da qual gostava enquanto que outra pessoa poderia também ter sonhado com um caixão e ter-se lembrado do avô. Isto quer dizer que a associação de cada elemento de um sonho pode  variar, dependendo das pessoas.

  Pode-se então concluir que o sonho é o  produto da atividade do inconsciente que vai  revelando a natureza do homem, sendo através dele que  podemos ter acesso ao conhecimento do interior oculto da mente- o inconsciente.

                                                                                             Cláudia Monteiro Nº10

domingo, 22 de janeiro de 2017

Consciência ou Inconsciência


 Wundt e o consciente, Associacionismo           
        Wundt teve um papel importante na história da psicologia. Demarcou-se do pensamento dominante da época, procurando autonomizar a psicologia da filosofia. Determinou o objeto de estudo - a consciência - , o método de investigação - a introspeção - , os tópicos a serem estudados e os objetivos da nova ciência. Com todas estas suas contribuições foi considerado por muitos o “Pai da psicologia experimental” .
        Influenciado pelas descobertas da química, segundo as quais todas as substâncias químicas são compostas por átomos, foi decompor a mente nos seus elementos mais simples, que são as sensações. Tanto para Wundt como para os seguidores do associacionismo, as operações mentais resultam da organização de sensações elementares que se relacionam com a estrutura do sistema nervoso. E é no seu laboratório, em Leipzing que vai procurar conhecer os elementos constitutivos da consciência, a forma como se relacionam e associam (conceção associacionista).Na sua experiência com o metrónomo, Wundt exigia um grande rigor nas descrições, que seriam quantificadas. O objeto da introspeção é o próprio sujeito, enquanto o objeto das observações que se fazem nas outras ciências é o real exterior ao sujeito.
        Contudo, a introspeção controlada só dava a conhecer os elementos básicos da consciência, as sensações e as perceções; os processos mentais complexos, como a memória e a aprendizagem, não poderiam ser estudados experimentalmente, tendo de se recorrer a metodologias qualitativas.
        Wundt afirma: “Todo o composto psíquico é dotado de características que de modo algum consistem na mera soma das características das partes.” O que quer dizer que as características da consciência não são as mesmas do que as dos seus constituintes.
        Várias críticas foram feitas ao seu trabalho. Um dos que mais criticou o seu método (introspeção controlada) foi Sigmund Freud, que afirmava que este método era demasiado ridículo para ser utilizado na sua investigação. Sugeriu então o método psicanalítico.


Freud e o inconsciente, Teoria Revolucionária
       A perspetiva psicanalítica de Freud surgiu no início do século XX, dando especial importância às forças inconscientes que motivam o comportamento humano.
        Freud, baseado na sua experiência clínica, acreditava que a fonte das perturbações emocionais residia nas experiências traumáticas reprimidas nos primeiros anos de vida. Desta forma, assumia que os conteúdos inconscientes, apenas se encontravam disponíveis para a consciência, de forma disfarçada (através de sonhos e lapsos de linguagem, por exemplo). Neste sentido, Freud desenvolveu a psicanálise, uma abordagem terapêutica que tem por objetivo dar a conhecer às pessoas os seus próprios conflitos emocionais inconscientes. Acreditava que a personalidade forma-se nos primeiros anos de vida, quando as crianças lidam com os conflitos entre os impulsos biológicos inatos, ligados às pulsões e às exigências da sociedade.
        Considerou que estes conflitos ocorrem numa sequência invariante de fases baseadas na maturação do desenvolvimento psicossexual, no qual a gratificação se desloca de uma zona do corpo para outra – da zona oral para a anal e depois para a zona genital. Em cada fase, o comportamento, que é a principal fonte de gratificação, muda – da alimentação para a eliminação e, eventualmente, para a atividade sexual.
        Das cinco fases do desenvolvimento da personalidade, considerou as três primeiras - relativas aos primeiros anos de vida – como sendo cruciais. Sugeriu que, o facto das crianças receberem muita ou pouca gratificação em qualquer uma destas fases, pode levar ao risco de fixação – uma paragem no desenvolvimento – e podem precisar de ajuda para ir para além dessa fase. Acreditava ainda que as manifestações de fixações na infância emergiam em adulto.
        Segundo Freud, durante a fase fálica, no período pré-escolar, quando a zona de prazer muda para os genitais, ocorre um acontecimento-chave no desenvolvimento psicossexual: os rapazes desenvolvem uma ligação ou vínculo sexual à mãe e as raparigas ao pai e veem como rival a figura parental do mesmo sexo (denominado de “Complexo de Édipo”); o rapaz aprende que a rapariga não tem pénis, assumindo que aquele foi cortado e teme que o seu pai o possa também castrar. A rapariga, por sua vez, experiencia, o que Freud chamou de inveja do pénis e culpa a sua mãe por não lhe ter dado um pénis. Possivelmente, as crianças resolvem a sua angústia identificando-se com a figura parental do mesmo sexo. Durante o período escolar, fase da latência, as crianças acalmam, socializam-se, desenvolvem competências e aprendem acerca de si própria e da sociedade. A fase genital, a última fase subsiste pela vida adulta. As mudanças físicas da puberdade reativam a libido, a energia que alimenta as pulsões sexuais.
        As pulsões sexuais da fase fálica, reprimidas durante a latência, voltam a emergir para fluir de uma forma socialmente aceite, naquilo que Freud definiu como relações heterossexuais com pessoas fora da família de origem.
        A psicanálise tornou se assim uma teoria revolucionária, esta triunfou perante a teoria associacionista de Wundt graças ao tratamento eficaz de certas doenças mentais. Houve então, na sociedade, uma mudança de paradigmas.
       “A criança é o pai do Homem”

 




                                                                                                                  
                                                                                             Maria Rui, nº 15







terça-feira, 17 de janeiro de 2017

A depressão


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A DEPRESSÃO é uma das doenças que é mais frequente na atualidade. Ou talvez não. E porque digo talvez não? Porque nem sempre tudo aquilo a que associamos um ato depressivo o é realmente. Não  basta tomarmos antidepressivos para nos ser diagnosticada esta doença e, por outro lado, não devemos confundir uma tristeza que provem do dia-a-dia atarefado e complicado com perturbações de humor. No entanto, e apesar de toda a confusão no que diz respeito à depressão é um facto que existem cada vez mais pessoas a serem tratadas e medicadas a fim de ultrapassarem esta doença.

A Depressão tem sido uma das perturbações psicológicas mais discutida e avaliada devido à enorme quantidade de pessoas que afectou, afecta… e continuará a afectar. São uma em cada quatro pessoas que sofrem de depressão. Assim, é fácil fazermos contas e percebermos que existem pessoas que passam por situações como esta, com muito sofrimento, e sem perceberem que não se trata apenas de tristeza que persiste em ficar. É importante perceber que para além de tristeza prolongada  a pessoa deprimida fica sem vontade ou prazer em levar a cabo actividades que, anteriormente, considerava como agradáveis e sente-se sem energia ou com cansaço persistente. 

De uma forma geral, podemos encontrar queixas relacionadas com as funções vitais do seu organismo. Assim, dá-se normalmente uma modificação do apetite (falta ou excesso de apetite), as horas de sono também ficam alteradas (sonolência ou perda de sono) e o desejo sexual diminui gradualmente. Ao mesmo tempo que todo o corpo começa a manifestar a presença da depressão, é frequente as pessoas deprimidas sentirem-se inúteis e sem valor, com a auto-estima muito diminuída, terem ideias relacionadas com a morte, sentirem-se incapazes de iniciar tarefas que desenvolviam com facilidade.

Se verificar que permanece mais de duas semanas com várias destas queixas a aborrecerem-no(a)… se calhar, este texto já o(a) está a ajudar a compreender que poderá estar a precisar de ajuda especializada.

Desta forma, e sem nos apercebermos, talvez pessoas que nos rodeiam e que nos são próximas já poderão ter sofrido deste problema ou ainda o sofrem atualmente.

E, se está a pensar que não tem idade nem tempo para ter depressão informamo-lo(a) desde já: a depressão não escolhe idades e pode durar desde alguns meses a alguns anos (infelizmente, com falta de tratamento adequado é bem possível que a situação se arraste indefinidamente)! 

De acordo com a sua duração divide-se em episódica, recorrente ou crónica. A importância do tratamento desta perturbação relaciona-se também com uma das suas consequências mais graves: o SUICÍDIO. Sabemos que morrem em Portugal, por ano, 1200 pessoas através de suicídio.
A depressão é mais comum nas mulheres do que nos homens: a Organização Mundial de Saúde, através de um estudo publicado em 2000 mostrou que 1,9 por cento dos homens tem episódios de depressão unipolar, enquanto nas mulheres o valor sobe para 3,2 por cento.

Não deixe que este texto passe em branco, faça algo que o torne útil.

É importante mudarmos a nossa perspectiva acerca deste tema e tentar evitar ao máximo o pior que pode acontecer. A baixo deixo um video que realça tudo o que disse anteriormente.

Bárbara Costa Nº2 12ºC

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Vida psíquica pelo olhar de Freud

        Em relação à mente humana, ainda há muito para descobrir, existem processos mentais que são quase inacessíveis, mas não totalmente devido à psicanálise, um campo de investigação da vida mental, uma teoria revolucionária da mente humana. Teoria esta criada por Sigmund Freud, um médico neurologista austríaco, que ficou assim conhecido como o “pai da psicanálise”.
Inicialmente o estudo desta nova área direcionava-se para a sua faceta mais clínica, ou seja, Freud estudava pacientes que eram diagnosticados como doentes, mas que não tinham resposta para a sua condição pois na altura não era comum associar fatores biológicos a fatores psíquicos. Por exemplo, quem sofria de histeria não era compreendido, apenas depois do desenvolvimento da psicanálise houve explicação para os seus comportamentos e atitudes.
A Dangerous Method (2011)
          Este novo pensamento criado por Freud representou uma mudança de paradigma, expressão utilizada por Thomas Kuhn para descrever uma mudança nas conceções básicas, ou seja, era uma ideia em contraste com a dita ciência normal. Foi também um modelo explicativo integrante da revolução coperniciana, uma grande alteração na forma de pensar. Funcionou como uma crítica do conceito tradicional (clássico) do Homem como ser racional pois defendia que a atividade mental é baseada no inconsciente, que os nossos atos não são conscientes, mas sim suportados pela parte da nossa mente a qual não recorremos frequentemente.
         Freud criou este conceito que se devia à proposição de uma realidade psíquica, característica dos processos inconscientes e defendia esta tese seguindo a “metáfora do iceberg” (teoria da personalidade). Neste esquema aquilo que está a superfície, cerca de um terço, representa o consciente, o que é visível e o restante, que se encontra “escondido” na água, representa o inconsciente, o supostamente inalcançável, o que não é possível abordar diretamente sendo apenas conhecido por fracas demonstrações, como por sonhos, desejos e emoções.
         Acreditava que a maior parte dos nossos desejos e emoções são reprimidos ou mantidos fora da consciência, sugerindo que isto acontecia porque estes se mostravam simplesmente ameaçadores para a mente consciente, mas acreditava que, por vezes, esses desejos ocultos se davam a conhecer através de sonhos e lapsos de linguagem (ou “lapsos freudianos“).

         Chegou à conclusão de que o que mais influencia os nossos comportamento são as experiências vividas na infância, que depois são espelhadas em instintos agressivos ou sexuais (num sentido restritivo ou abrangente) mas que pertencem ao inconsciente pois são esforçadamente controlados por não serem culturalmente aceites dizendo que "é quase impossível conciliar as exigências dos instintos sexuais com as da civilização". Por isso é que as suas aspirações, angústias, sonhos e fantasias são de especial interesse para Freud.
         Este psicanalista interpretava os pacientes através de um diálogo (metódico e sistemático) pedindo lhes para relaxarem e dizerem aquilo que lhes vinha à mente, mantendo uma atitude neutra sobre o quão trivial, irrelevante ou embaraçoso poderia ser, acreditava que assim poderia descobrir o conteúdo da vida psíquica inconsciente, onde estariam desejos reprimidos e dolorosas memórias de infância. Este método inovador foi desenvolvido com posteriores observações e experiências de tratamento, como da hipnose, já referida anteriormente.


 Mariana Monteriro, nº16

A autoestima como alicerce para o futuro de uma criança

"Sorrowing Old Man" ('At Eternity's Gate'),
by Vicent Van Gogh
O conceito "autoestima" é entendido como a estima que o Homem tem por si mesmo, a opinião que este formula à cerca da sua pessoa. A "autoestima" não é nada mais nada menos que a valorização que o Homem dá a si mesmo. A autoestima é algo que o ser humano adquire e portanto não é inato. Algo que o Homem adquire quando ainda não passa de um ser indefeso. A autoestima começa a ser instituída na criança durante o primeiro ano de vida. Sabendo (na sua generalização) do que trata o termo "autoestima", importa saber qual a sua importância e qual o seu papel no desenvolvimento do Homem. Será a "autoestima" algo de necessário e fundamente ao desenvolvimento da criança?  Como uma boa autoestima leva também a uma vida mais bem vivida, é fundamental que a criança para conseguir ter um bom futuro, receba uma boa infância, para assim conseguir uns bons alicerces que mais tarde farão dele um grande cidadão.

Quando a criança não recebe afeto nem a aprovação dos mais adultos, esta pode achar-se desajustada no contexto em que se encontra inserida. É necessário no primeiro ano de vida, dar o afeto e carinho que a criança precisa para que esta se sinta bem com ela, para que se sinta amada. Claro que temos neste caso, duas situações extremas. Uma em que a criança recebe demasiado afeto durante a sua infância e como tal, no futuro pode tornar-se numa pessoa "mimada", que toma todo como garantido. E outra em que a criança é privada de carinho durante a sua infância e como tal, no futuro, esta sentir-se-á mal com ela mesma, odiada, ignorada. O que se pretende durante a educação de um filho é que este possa receber o carinho e o afeto necessário para que se torne numa pessoa adulta bem sucedida, afável.

“The man who does not value himself, cannot value anything or anyone.” 
― Ayn RandThe Virtue of Selfishness: A New Concept of Egoism

Porém, tal nem sempre acontece. Pegando na primeira situação, quando a criança no seu primeiro ano de vida é acarinhada demais, esta poderá tornar-se numa pessoa "mimada". Ações como, ceder às vontades da criança (às suas "birras"), podem despertar na criança uma sensação de poder. Esta apercebe-se que se recorrer a este método, consegue o que quer. E como tal, no futuro, esta tornar-se-á numa pessoa que toma tudo por garantido, uma pessoa que não luta por nada, porque espera que as coisas lhe cheguem até si.

“I prefer to be true to myself, even at the hazard of incurring the ridicule of others, rather than to be false, and to incur my own abhorrence.” 
― Frederick Douglass

"Ouve-me", by Helena Almeida
Já na segunda situação, quando a criança no seu primeiro ano de vida é privada de afetos, esta poderá tornar-se no futuro, numa pessoa revoltada com a vida, com graves dificuldades em demonstrar afeto para com as outras pessoas, porque também esta foi privada deles quando mais os precisou.

Em ambas as situações, alta autoestima (situação I) e baixa autoestima (situação II) só trás consequências negativas. Estes picos da autoestima podem resultar em graves consequências para a saúde da pessoa, para a sua relação com a sociedade e para a sua produtivadade. Como tal, no primeiro ano de vida de uma criança, deve-se ensinar o que é amar, mas também o significado da palavra "não"; permitindo assim que a criança se desenvolva de modo a que consiga ser bem sucedida enquanto Homem.

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Vítor Ferreira (21)