Ao
longo dos anos têm surgido múltiplas teorias que procuram explicar
a complexidade do ser humano. Algumas colocam em ênfase os processos
mentais, outras defendem que o ser humano se carateriza, antes de
mais, pelo seu comportamento, pela reação a estímulos externos, a
estímulos provenientes do meio ambiente. Watson, fundador do
Behaviorismo, defende esta perspetiva, considerando que nós somos
produtos do meio, das aprendizagens.
A
preocupação central de Watson foi demarcar-se da psicologia
tradicional, que estuda a mente e a consciência através da introspeção. Watson declarava a necessidade de a
Psicologia se constituir como ciência autónoma e objetiva, uma
ciência natural e experimental. Embora não negando os processos
mentais e a consciência, Watson considerava que esses não se podiam
constituir como objeto de estudo da Psicologia, pois eram
constituintes da vida pessoal de cada um e não objeto de uma
ciência.
Assim,
Watson fundou o Behaviorismo (ou teoria do comportamento, ou
comportamentalismo ou ainda condutismo). Esta corrente estuda os
comportamentos do ser humano, tendo por objetivo estabelecer as
relações entre os estímulos e as respostas, entre as causas e os
efeitos, como qualquer outra ciência. Uma das principais ideias do
Behaviorismo decorre do facto de considerar o ser humano como sendo
inicialmente uma página em branco que será eventualmente moldada
pelo meio e pela educação. Deste modo, os comportamentos são
aprendizagens condicionadas pelo meio em que nos encontramos
inseridos; o comportamento humano é produto de condicionamentos,
isto é, de associações de uma resposta (R) a um estímulo (E) ou
conjunto de estímulos (S – Situação): R = f(s). O ser humano
reage aos estímulos exteriores em função dos reflexos
condicionados que adquiriu.
O
Behaviorismo recorre ao método experimental: primeiro define-se uma
amostra da população e depois divide-se essa amostra em dois
grupos. No grupo experimental, varia-se o fator que se considera
responsável pelo comportamento (variável independente). No grupo de
controlo, não há qualquer intervenção. O comportamento dos dois
grupos é depois comparado. Se se concluir que a variável que se
manipulou modifica o comportamento, e depois de confirmado por outras
experiências, faz-se a generalização para a população.
Ao
considerar que o ser humano é resultado de processos de
aprendizagem, Watson deu ênfase à influência do meio, deixando de
lado os processos mentais, prevalecendo assim os fatores adquiridos
sobre os fatores inatos.
“O Homem não nasce, constrói-se”, o
meio constrói o ser humano.
Adriana Alves
Nº1
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