domingo, 12 de março de 2017

Watson e o Comportamento

Ao longo dos anos têm surgido múltiplas teorias que procuram explicar a complexidade do ser humano. Algumas colocam em ênfase os processos mentais, outras defendem que o ser humano se carateriza, antes de mais, pelo seu comportamento, pela reação a estímulos externos, a estímulos provenientes do meio ambiente. Watson, fundador do Behaviorismo, defende esta perspetiva, considerando que nós somos produtos do meio, das aprendizagens.

A preocupação central de Watson foi demarcar-se da psicologia tradicional, que estuda a mente e a consciência através da introspeção. Watson declarava a necessidade de a Psicologia se constituir como ciência autónoma e objetiva, uma ciência natural e experimental. Embora não negando os processos mentais e a consciência, Watson considerava que esses não se podiam constituir como objeto de estudo da Psicologia, pois eram constituintes da vida pessoal de cada um e não objeto de uma ciência.
Assim, Watson fundou o Behaviorismo (ou teoria do comportamento, ou comportamentalismo ou ainda condutismo). Esta corrente estuda os comportamentos do ser humano, tendo por objetivo estabelecer as relações entre os estímulos e as respostas, entre as causas e os efeitos, como qualquer outra ciência. Uma das principais ideias do Behaviorismo decorre do facto de considerar o ser humano como sendo inicialmente uma página em branco que será eventualmente moldada pelo meio e pela educação. Deste modo, os comportamentos são aprendizagens condicionadas pelo meio em que nos encontramos inseridos; o comportamento humano é produto de condicionamentos, isto é, de associações de uma resposta (R) a um estímulo (E) ou conjunto de estímulos (S – Situação): R = f(s). O ser humano reage aos estímulos exteriores em função dos reflexos condicionados que adquiriu.
O Behaviorismo recorre ao método experimental: primeiro define-se uma amostra da população e depois divide-se essa amostra em dois grupos. No grupo experimental, varia-se o fator que se considera responsável pelo comportamento (variável independente). No grupo de controlo, não há qualquer intervenção. O comportamento dos dois grupos é depois comparado. Se se concluir que a variável que se manipulou modifica o comportamento, e depois de confirmado por outras experiências, faz-se a generalização para a população.
Ao considerar que o ser humano é resultado de processos de aprendizagem, Watson deu ênfase à influência do meio, deixando de lado os processos mentais, prevalecendo assim os fatores adquiridos sobre os fatores inatos. 

“O Homem não nasce, constrói-se”, o meio constrói o ser humano.


Adriana Alves
Nº1

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