Jean Piaget, nasceu a 9 de agosto de 1896, em Neuchâtel, na Suíça e morreu a 17 de Setembro de 1980 em Genebra, uma das cidades mais populosas de Suiça.
Piaget, revelou-se desde cedo um homem de interesses vastos colocando um empenho extraordinário em tudo aquilo que fazia. O seu gosto pela Zoologia leva-o a elaborar aos dez anos de idade a sua primeira publicação científica sobre um pardal albino. Aos quinze anos as suas publicações sobre moluscos ganharam também uma alta reputação entre os zoologistas europeus. Apaixona-se rapidamente pela Epistemologia, e percebe que a Psicologia é uma via científica para elaborar a Epistemologia Genética.
Piaget estudou sob a alçada de Carl Gustav Jung e Eugen Bleuler, ingressando posteriormente na Universidade de Sorbonne em Paris no ano de 1919 permanecendo lá durante dois anos. Neste período criou e administrou testes de leitura para crianças em idade escolar, mostrando-se sobretudo interessado no tipo de erros que as crianças davam, o que o levou posteriormente a explorar o processo racional destas crianças. Em 1921 começou a publicar as suas conclusões e nesse mesmo ano veio para a Suíça, onde foi convidado por Claparéde, diretor do Instituto Jean-Jacques Rousseau, para o posto de Chefe de Trabalhos dando aulas de Psicologia de 1921 a 1925. De 1926 a 1929 foi professor de filosofia na Universidade de Neuchâtel e em 1929 juntou-se à Faculdade de Genebra como professor de psicologia infantil, permanecendo nesta instituição até à sua morte. Em 1939 Piaget passou a membro do Conselho Executivo da UNESCO, e em 1955 estabeleceu o Centro Internacional de Epistemologia Genética em Genebra tornando-se seu diretor.
Em mais de cinquenta livros e monografias ao longo da sua carreira, Piaget, continuou a desenvolver o tema que inicialmente descobriu em Paris: "que a mente da criança evolui ao longo de uma série de estádios até atingir o estado adulto". Piaget vê a criança como estando a criar e recriar o seu próprio modelo de realidade, atingindo um crescimento mental por integração de conceitos de nível mais elevado ao longo de cada estádio.
No estádio sensório-motor a criança gere os seus próprios reflexos inatos e transforma-os em ações de prazer ou interesse. Neste período, numa primeira fase, a criança começa a tomar consciência de si como uma entidade física separada, apercebendo-se posteriormente que os objetos à sua volta têm uma existência separada e permanente.
No segundo estádio, pré-operatório, a criança já deve ser capaz de manipular o seu ambiente simbólico através das suas representações ou pensamentos acerca do mundo externo. Durante este estádio a criança aprende a representar os objetos por palavras e a manipular as palavras mentalmente.
Por volta dos 7 até aos 11/12 anos de idade, a criança deve encontrar-se no estádio operatório concreto. Neste período ocorre o começo da lógica nos processos de pensamento da criança e o início da classificação dos objetos pelas suas similaridades e diferenças. É nesta altura que a criança começa a ter noção dos conceitos de tempo e de número.
O último estádio, operatório formal, é caracterizado por uma generalização do pensamento e por um apuro da lógica, permitindo um tipo de experimentação mental mais flexível. A criança aprende neste estádio a manipular ideias abstratas, a formular hipóteses e a avaliar as implicações do seu pensamento e do dos outros.
Piaget elaborou, assim, uma teoria de desenvolvimento que funcionou como fio condutor para muitos dos que se interessaram pelo estudo do desenvolvimento da criança. Ao longo de toda a sua vida acumulou observações e reflexões criando verdadeiros quadros acerca da forma como as crianças vêm o mundo.
Para concluir, apresento-vos uma citação de Jean Piaget na qual este nos transmite o que pensa que deveria ser a educação.
Luís Monteiro Nº13
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