Em relação à mente humana, ainda há muito para descobrir, existem processos mentais que são quase inacessíveis, mas não totalmente devido à psicanálise, um campo de investigação da vida mental, uma teoria revolucionária da mente humana. Teoria esta criada por Sigmund Freud, um médico neurologista austríaco, que ficou assim conhecido como o “pai da psicanálise”.
Inicialmente o estudo desta nova área direcionava-se para a sua faceta mais clínica, ou seja, Freud estudava pacientes que eram diagnosticados como doentes, mas que não tinham resposta para a sua condição pois na altura não era comum associar fatores biológicos a fatores psíquicos. Por exemplo, quem sofria de histeria não era compreendido, apenas depois do desenvolvimento da psicanálise houve explicação para os seus comportamentos e atitudes.
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A Dangerous Method (2011) |
Este novo pensamento criado por Freud representou uma mudança de paradigma, expressão utilizada por Thomas Kuhn para descrever uma mudança nas conceções básicas, ou seja, era uma ideia em contraste com a dita ciência normal. Foi também um modelo explicativo integrante da revolução coperniciana, uma grande alteração na forma de pensar. Funcionou como uma crítica do conceito tradicional (clássico) do Homem como ser racional pois defendia que a atividade mental é baseada no inconsciente, que os nossos atos não são conscientes, mas sim suportados pela parte da nossa mente a qual não recorremos frequentemente.
Freud criou este conceito que se devia à proposição de uma realidade psíquica, característica dos processos inconscientes e defendia esta tese seguindo a “metáfora do iceberg” (teoria da personalidade). Neste esquema aquilo que está a superfície, cerca de um terço, representa o consciente, o que é visível e o restante, que se encontra “escondido” na água, representa o inconsciente, o supostamente inalcançável, o que não é possível abordar diretamente sendo apenas conhecido por fracas demonstrações, como por sonhos, desejos e emoções.
Acreditava que a maior parte dos nossos desejos e emoções são reprimidos ou mantidos fora da consciência, sugerindo que isto acontecia porque estes se mostravam simplesmente ameaçadores para a mente consciente, mas acreditava que, por vezes, esses desejos ocultos se davam a conhecer através de sonhos e lapsos de linguagem (ou “lapsos freudianos“).
Chegou à conclusão de que o que mais influencia os nossos comportamento são as experiências vividas na infância, que depois são espelhadas em instintos agressivos ou sexuais (num sentido restritivo ou abrangente) mas que pertencem ao inconsciente pois são esforçadamente controlados por não serem culturalmente aceites dizendo que "é quase impossível conciliar as exigências dos instintos sexuais com as da civilização". Por isso é que as suas aspirações, angústias, sonhos e fantasias são de especial interesse para Freud.
Este psicanalista interpretava os pacientes através de um diálogo (metódico e sistemático) pedindo lhes para relaxarem e dizerem aquilo que lhes vinha à mente, mantendo uma atitude neutra sobre o quão trivial, irrelevante ou embaraçoso poderia ser, acreditava que assim poderia descobrir o conteúdo da vida psíquica inconsciente, onde estariam desejos reprimidos e dolorosas memórias de infância. Este método inovador foi desenvolvido com posteriores observações e experiências de tratamento, como da hipnose, já referida anteriormente.
Mariana Monteriro, nº16