O ser humano deve ser descrito, essencialmente, como um ser vivo e não como um dispositivo de processamento de informações pré-programado.
Biologicamente falando, cada ser humano é, como outros seres vivo, autopoiético- cria-se por si mesmo e é capaz de se autorregular. Isto não quer dizer, no entanto, que o ser humano seja independente e autossuficiente. Por exemplos, todos os bebés nascem sem capacidade de saber existir ou conseguir satisfazer as suas necessidades sozinho, ele apenas é capaz de expressar que tem necessidades (por exemplo, chorando), os bebés necessitam então de ajuda de terceiros na qual depositam a sua dependência.
Apesar de todos os seres humanos partilharem o mesmo começo, crescem e evoluem de formas diferentes, levando à conclusão que a particularidade e autonomia do ser humano reside precisamente nas relações estabelecidas com outros. Basicamente, a singularidade de cada indivíduo é dada pelo facto de que cada humano tem uma história pessoal que faz dele aquilo que é. A aprendizagem para o ser humano é, então, um processo dinâmico no espaço e no tempo, que em cada ponto situa, de modo inevitável, historicamente os humanos em relação aos outros seres, em lugares e momentos específicos do tempo no mundo onde habitam. O ser humano é, na sua originalidade e peculiaridade, um produto em transformação, resultado do passado por ele experienciado e está situado em relação a outros (jovens, velhos, mortos e vivos) cujas ideias e práticas contribuem para a construção da sua essência e existência no presente.
Um exemplo muito simples desta realidade traduz-se no conceito de beleza feminino que sofre grandes oscilações com a evolução dos tempos. O ideal estético evolui de uma pele pálida, olhos claros e cabelos louros com um peito avantajado para um outro ideal onde a mulher perfeita é praticamente a encenação de um esqueleto ambulante.
Nesta perspetiva, o ser humanos é um ser completamente social, o mundo de pessoas e coisas onde habita integra toda a sua constituição. Por outras palavras, não há qualquer aspeto na humanidade de alguém que não seja o resultado, parte de uma história, de um passado.
Conclui-se então, que em qualquer momento, quando alguém age sobre o mundo, não importa de que maneira, a sua compreensão do mundo, de si mesmo e das relações com os outros, é toda originada por uma história prévia-isto é, pela sua história até ao momento.
Daniela Pacheco nº11
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