quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Comportamentalismo

O Homem é em si e nos seus desígnios um ser único e possui diferentes traços que o distingue das outras espécies, ou seja, que salientam e comprovam a sua especificidade. Entre todas elas é de destacar a palavra, o dom da comunicação, a capacidade de se exprimir e de se relaciona com os outros.
É através da palavra que saltamos do abstrato para o concreto. Passo a explicar estes dois termos: o abstrato é aquilo que unicamente representamos através de símbolos, um conceito, uma ideia ou uma palavra, o que é levado na categoria do pensamento, da reflexão Humana ou filosófica; no entanto quando passamos para aquilo que é real, físico, que está presente no mundo empírico deparamo-nos com o concreto.
Quando questionados, por exemplo, sobre a matemática, erradamente caímos na ideia de algo concreto, mas esta ciência é meramente abstrata, onde são características as várias incógnitas e fórmulas com diferentes significados. Como, x=f(y), x e y não nos dizem absolutamente nada, sabemos que ambos dependem um do outro, no entanto, não sabemos o que representam, são apenas conceitos, variantes e por isso situam-se no mundo abstrato. Passando esta mesma fórmula, que nada nos diz matematicamente, para o ramo da psicologia, do comportamento do homem, “behaviorismo” (comportamentalismo, premeditado por Skinner), temos que C=f(A), isto é, o comportamento do Homem (C), está em função, ou é fortemente dependente do ambiente em que está inserido. É influenciado pela realidade com que se depara no seu quotidiano, e com isto adquire hábitos e conceitos da sociedade que o rodeia. Em regra o Homem não consegue escapar a esta influência por parte dos outros e tem tendência a deixar-se manipular positiva ou negativamente pelo que lhe vai sendo incutido à medida que vai adquirindo e melhorando as suas capacidades cognitivas. No entanto, existem exceções, em que um determinado individuo pouco maleável e nada influenciável, com uma forte personalidade, possui os seus próprios conceitos não deixando o mundo exterior interferir com os seus ideais.

Como exemplo deste facto, existe um filme que retrata perfeitamente o comportamento em função da situação, “A cidade de Deus” (trailer do filme) é um fenómeno, recriado em 2002 numa favela no Brasil onde foram expostos inúmeros casos de crianças e jovens que seguiram as pisadas da morte.

No entanto, o jovem Buscapé, narrador dos factos, consegue escapar a este ambiente, idealiza um futuro, um objetivo e faz de tudo para conseguir alcança-lo, não cedendo à vida do crime com que lidou constantemente durante o seu crescimento.

O homem é um ser social porque é frágil demais para viver sozinho. No entanto, a sua maior desgraça reside no fato de ainda não ter aprendido bem a viver em sociedade”

Bárbara Ribeiro n°3

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